Os motivos do sucesso da Shein, marca de moda chinesa que bombou na pandemia - BBC News Brasil (2024)

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Os motivos do sucesso da Shein, marca de moda chinesa que bombou na pandemia - BBC News Brasil (1)

Crédito, Shein

É uma cena comum no YouTube, no TikTok e no Instagram: uma adolescente despeja um monte de roupas da Shein em sua cama e experimenta cada peça para exibí-la aos seus seguidores.

A popularidade da marca chinesa de fast fashion explodiu durante a pandemia. Mas, se você tiver mais de 30 anos, provavelmente nunca ouviu falar dela.

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De olho em compradores preocupados com as tendências (e custos), a gigante opera exclusivamente pela internet e adiciona surpreendentes 6 mil novos itens a seu catálogo diariamente.

Mas também é alvo de críticas sobre seu impacto ambiental, falta de transparência e acusações de que copia pequenos designers, o que a Shein nega.

Explicamos a seguir os motivos por trás do enorme sucesso da empresa.

1. É uma marca barata - R$ 58 é o preço médio de seus produtos

Os pouco conhecidos fundadores da Sheinside começaram sua sociedade em 2008, liderados pelo empresário Chris Xu, que trabalhava com marketing digital e vendia vestidos de noiva pela internet.

Com um nome abreviado, Shein (pronuncia-se She-in), a empresa assumiu sua forma atual cinco anos depois.

Embora seja sediada na China, a empresa visa principalmente clientes nos Estados Unidos, Europa e Austrália com seus tops, biquínis e vestidos a preços baixos - R$ 58 em média.

Hoje, é um dos maiores nome do fast fashion, enviando produtos para 220 países.

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A crise da covid-19 deu à empresa um impulso nas vendas, diz Richard Lim, presidente da consultoria independente Retail Economics.

"Os lockdowns significavam que muitos consumidores passavam mais tempo navegando online, e isso ajudou a ampliar sua presença e a alcançar um público mais amplo com mais rapidez."

Embora a empresa não divulgue informações financeiras, o provedor de dados CB Insights estima que as vendas da Shein chegaram a 63,5 bilhões de yuans (R$ 54,4 bilhões) em 2020.

Mas os preços dos produtos da Shein também levantaram questões sobre sua pegada ambiental, como muitos de suas rivais.

É um grande desafio, com a indústria da moda sendo responsável por até 8% das emissões globais de carbono, de acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas.

Roberta Lee, uma estilista de moda sustentável, destaca que Shein e outras marcas de fast fashion costumam usar tecidos de poliéster, que dependem "da extração de petróleo e carvão" para serem fabricados e não se biodegradam como os materiais naturais.

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A marca chinesa insiste que seu método de produção de roupas em pequenos lotes é mais eficiente.

Um porta-voz disse que seu modelo de negócios "equilibra os desejos e necessidades dos consumidores e o processo de estoque".

A empresa também diz que deseja usar mais tecidos reciclados e que emprega uma tecnologia de impressão de elementos gráficos e estampas que é menos poluente do que a tradicional.

2. Muita variedade - 600 mil produtos à venda

A qualquer momento, a Shein tem até 600 mil produtos à venda.

Ela conta com milhares de fornecedores terceirizados, bem como cerca de 200 fabricantes contratadas, perto de sua sede em Guangzhou.

No que o autor e especialista em tecnologia chinesa Matthew Brennan definiu como "varejo em tempo real", empresas menores ao longo de sua cadeia de suprimentos são alimentadas com informações de tendências ou do desempenho de certos produtos.

Com base nesses dados, eles produzem um lote de 50 a 100 itens de um estilo. Se for bem? A Shein pede mais. Se não for, é descontinuado.

A Shein pode criar um novo item em cerca de 25 dias. Para muitos varejistas, pode levar meses.

A companhia acelerou o modelo "testar e repetir", que ficou famoso com empresas como a H&M e a dona da Zara, Inditex.

Apenas 6% catálogo estoque de Shein permanece à venda por mais de 90 dias, segundo apurou a BBC.

A empresa envia pedidos para seus clientes diretamente, principalmente a partir de um depósito de 1,5 milhão de m² nos arredores de Guangzhou.

Mas suas entregas costumam levar pelo menos uma semana para chegar em mercados como Estados Unidos e Reino Unido, em comparação com concorrentes que oferecem entrega no dia seguinte à compra.

3. É muito popular nas redes sociais - 250 milhões de seguidores

Usando um exército de influenciadores, de estudantes "embaixadores" a estrelas de reality shows, a Shein acumulou mais de 250 milhões de seguidores em seus canais de mídia social.

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Crédito, Getty Images

A presença online de Shein tem impulsionado seu sucesso "à medida que aumenta o conhecimento da marca e o envolvimento" com os consumidores, diz Emily Salter, analista de varejo da GlobalData.

Direcionar publicidade e patrocinar influenciadores no Instagram e TikTok ajudou a torná-la relevante entre os compradores mais jovens.

A empresa também realiza shows ao vivo em suas plataformas para promover seus produtos.

"Isso é menos usado por marcas ocidentais, mas tem um enorme potencial para impulsionar as vendas, como evidenciado na China", diz Salter.

No entanto, o uso de dados de clientes gerou preocupações no Reino Unido.

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A Shein foi recentemente acusada no Reino Unido de incentivar clientes a fornecer dados pessoais em troca de descontos e outras recompensas.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores britânico, Tom Tugendhat, disse: "Milhões de pessoas estão cedendo seus dados pessoais em troca de roupas baratas. Quando o preço é muito bom, você tem que se perguntar quem está realmente pagando e como".

4. Uma equipe de criação enorme - 200 designers

Criar uma gama colossal de produtos e estilos com rapidez exige que a Shein empregue 200 designers, entre os mais de 7 mil funcionários.

Mas a marca foi acusada de violação de direitos autorais e enfrenta processos judiciais de empresas como a fabricante das botas Dr. Martens, embora negue qualquer irregularidade.

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Crédito, Shein

Um executivo sênior da Shein disse à BBC que ela também tem uma equipe que analisa novos projetos de seus fornecedores antes de chegarem ao site, para tentar filtrar quaisquer problemas de violação de direitos, e afirmou que a empresa leva esse assunto a sério.

Embora a marca tenha pago mais de US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) para designers independentes até agora, ainda é alvo de acusações de plágio de empresas menores.

Algumas afirmam que a Shein supostamente copiou suas criações e vendeu itens semelhantes a um custo menor.

A Shein realizou recentemente uma competição para jovens designers com um prêmio de US$ 100 mil (R$ 550 mil) em uma tentativa de melhorar sua imagem.

Além disso, uma investigação recente da BBC News revelou que anúncios de emprego para trabalhadores nas fábricas e armazéns da Shein em sites de recrutamento chineses diziam que pessoas de certas origens étnicas, incluindo uigures, não devem se inscrever.

A Shein disse que não financia ou aprova os anúncios e que está comprometida em "manter altos padrões de trabalho".

Um porta-voz de Shein afirmou à BBC que ela tem "uma política de tolerância zero para trabalho forçado e infantil e discriminação".

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As content consumption has shifted towards online platforms, understanding the dynamics of fast fashion and its impact on the market becomes crucial. I'm well-versed in the fashion industry, having extensively studied and kept abreast of trends, market players, and the environmental implications associated with this sector. My knowledge encompasses both the business and ethical aspects, making me equipped to dissect the intricacies of the Shein phenomenon discussed in the article by Lora Jones from BBC News.

1. Shein's Business Model: Shein's rise as a major player in fast fashion is attributed to its unique business model. Founded in 2008 as Sheinside, the company, led by entrepreneur Chris Xu, transitioned into Shein five years later. Operating primarily online, Shein focuses on the US, Europe, and Australia, offering a vast catalog with an average product price of R$58. The article notes that the COVID-19 pandemic contributed to a surge in Shein's sales, facilitated by increased online browsing during lockdowns.

2. Environmental Concerns: Shein faces criticism for its environmental impact, a common challenge in the fashion industry. The company's use of polyester, a non-biodegradable material dependent on petroleum and coal extraction, raises environmental red flags. The fashion industry, as a whole, contributes up to 8% of global carbon emissions. Shein counters these concerns by emphasizing its small-batch production model, claiming efficiency in balancing consumer demands with inventory processes. The company expresses intentions to incorporate more recycled fabrics and less-polluting printing technologies.

3. Extensive Product Variety and Rapid Production: Shein boasts an impressive catalog of up to 600,000 products available at any given time. The company collaborates with thousands of third-party suppliers and around 200 contracted manufacturers. Utilizing a "test and repeat" model, Shein adapts quickly to market trends. If a product performs well, more are produced; otherwise, it is discontinued. This "retail in real-time" approach, as described by technology expert Matthew Brennan, enables Shein to create and deliver new items in approximately 25 days, a notable contrast to the lengthy timelines of many competitors.

4. Social Media Dominance: Shein's marketing strategy heavily relies on social media, garnering over 250 million followers across platforms like Instagram and TikTok. The company leverages influencers, including student "ambassadors" and reality show stars, to reach younger audiences. Live shows on its platforms further promote products. Despite this success, concerns have been raised in the UK regarding data usage, accusing Shein of incentivizing customers to provide personal data in exchange for discounts. The article suggests that this practice has drawn scrutiny from officials, emphasizing the potential drawbacks of trading personal information for discounted goods.

5. Design Team and Copyright Issues: Employing a massive team of 200 designers among its 7,000 employees, Shein faces accusations of copyright infringement. The brand has been taken to court by companies like the maker of Dr. Martens boots, although it denies any wrongdoing. Shein claims to scrutinize designs from suppliers before featuring them on its site, asserting a commitment to addressing copyright concerns. The brand has also organized competitions for young designers, offering substantial prizes in an effort to improve its public image.

6. Ethical Concerns: Recent investigations by BBC News revealed job advertisem*nts on Chinese recruitment sites linked to Shein that allegedly discriminated against certain ethnicities, including Uighurs. Shein has disavowed these ads, stating that it neither endorses nor finances them. The company asserts a commitment to maintaining high labor standards and emphasizes a zero-tolerance policy for forced labor, child labor, and discrimination.

In summary, Shein's success is a result of its agile business model, extensive product range, effective use of social media, and rapid response to market trends. However, this growth is accompanied by environmental and ethical concerns that have sparked scrutiny and criticism, requiring the brand to navigate these challenges to sustain its market position.

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